quinta-feira, 20 de junho de 2013

Frases antológicas: Luís Fernando Veríssimo





Algumas de suas frases antólogicas:
"No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa." 

"Eu era contra a crase até aprender a usá-la. Hoje, eu a defendo, para não concluir que perdi meu tempo."
 

"Por alguma razão, nada me parece tão lúbrico e devasso quanto anões besuntados numa orgia. Mas não falo por experiência."
 

"Dedico-me aos clássicos: Sófocles, Virgílio, Shakespeare e ao picolé de coco."
 

"A minha musa inspiradora é o meu prazo de entrega."
 

"Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais o Titanic."
 

"A força mais destrutiva do universo é a fofoca."
 

"As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas."
 

"Há uma linha muito tênue entre 'hobby' e 'doença mental'."


"Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'. " 

"A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final."
 

"Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet."
 

"A moda dos casais trocados é relativamente nova. Quer dizer, desejar a mulher do próximo é antigo como os dez mandamentos; a novidade é o próximo gostar da idéia e desejar a sua mulher também."


Frases antológicas - Bussunda



Bussunda, pseudônimo de Cláudio Besserman Vianna, foi um humorista brasileiro, membro do Casseta & Planeta.


Frases:

"Quanto pior o governo, mais fácil a piada."

"A 'Casseta' me deu tudo. A minha e a popular"

"Arrastão é uma espécie de free shop de pobre"

"Vamos ocupar as terras improdutivas das grandes cidades, como o Rio, a começar pelo círculo central do Maracanã, onde não se produz nada"

"Me apelidaram de Besserman Sujismundo e depois de Bessermundo, até virar Bussunda. Mas a versão oficial é que o apelido é a mistura das duas coisas que mais gosto"

"Vamos fazer um concurso de lombo, porque não podemos falar bunda"

"Aí, ele ligou no celular e liberou a bunda. Isso deu uma enorme repercussão"

"O lugar mais estranho onde fiz amor? São Paulo"

"Somos o grupo de humoristas mais politicamente correto do Brasil - debochamos de todas as minorias sem nenhuma distição de sexo, credo ou raça. E temos amparo para isso porque há no grupo dois judeus, dois negros e até uma bicha, que não posso dizer quem é"

"Sabe quando uma loura tem dois neurônios? Quando está grávida"

"Tim Maia ficou irritado comigo por causa da imitação que fiz dele e disse que ia me dar porrada. Mas no dia em que ele marcar a briga não vou ficar preocupado, porque sei que ele vai furar"

"Barcelona antes das Olimpíadas parecia governada pelo Cesar Maia. Hoje é uma das cidades mais lindas do mundo. Olimpíada é bom demais"

"A gente não aceita porque o negócio do Tabajara é ser o pior time do mundo e, se a gente jogar contra o Brasil, corre o risco de vencer"

"No Brasil, a televisão sofre preconceito. Mas a produção de TV aqui é a melhor. Na Espanha e na Itália, por exemplo, as TVs parecem um enorme SBT"

"Na faculdade pública meus pais não podiam reclamar que pagavam mensalidade e a faculdade ajudava no meu projeto de vida de não fazer nada. Não me formei, mas foram ótimos anos"

"Mal por mal, é melhor ter o de Alzheimer que o de Parkinson, pois é melhor esquecer de pagar a cerveja do que derramar tudo no chão."

"As mulheres : Não fique à procura do Príncipe encantado. Procure o Lobo Mau: ele te enxerga melhor, te ouve melhor e ainda te come."

"Pobre é foda: sempre diz que não tem nada, mas quando chove diz que perdeu tudo."


Frases antológicas - Fernando Pessoa

Fernando António Nogueira Pessoa foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. Escreveu obras com quatro heterônimos diferentes (Álvaro de Campos, Bernardo Soares, Ricardo Reis e Alberto Caeiro) além das assinadas com o próprio nome.

Frases:

"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido."

"Para viajar basta existir."

"Tenho em mim todos os sonhos do mundo"

"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."

"Haja ou não deuses, deles somos servos."

"O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o principio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida."

"Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam. De aí a sua perfeita execução da obra de arte."

"A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta."

"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."

"O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto."

"Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta."

"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias."

"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo."

"A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar."

"Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há de poder, porque se perde em querer."

"O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela."

"Precisar de dominar os outros é precisar dos outros. O chefe é um dependente."

"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente."


Frases antológicas: Albert Camus





­Albert Camus foi um escritor e filósofo francês nascido na Argélia. À grosso modo, seus livros testemunham as angústias de seu tempo e os dilemas e conflitos já observados por escritores que o precederam, tal como Franz Kafka, Dostoiévski.

Camus ganhou o Nobel de Literatura em 1957. Entre suas obras destacam-se: "O Avesso e o Direito", "O estrangeiro", "O mito de Sísifo", "O homem revoltado", "O exílio e o reino" e "A Pedra que brota".


Frases

"Charme é conseguir a resposta 'sim' sem ter feito nenhuma pergunta clara".

"Não quero ser um génio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem."

"O homem tem duas faces: não pode amar ninguém, se não se amar a si próprio."

"A política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm grandeza interior não se encaminham para a política."

"O que é a felicidade além da simples harmonia entre o homem e a vida que ele leva?"

"Começar a pensar é começar a ser atormentado."

"A negação é o Deus dos existencialistas."

"O absurdo me esclarece o seguinte ponto: não há amanhã."

"O homem cotidiano não gosta de demorar. Pelo contrário, tudo o apressa. Ao mesmo tempo, porém, nada lhe interessa além de si mesmo, principalmente aquilo que poderia ser."

"Um homem sem memória é um homem sem passado. Mas um homem que não sabe fantasiar é um homem sem futuro."

"O absurdo é a razão lúcida que constata os seus limites".

"Não ser amado é falta de sorte, mas não amar é a própria infelicidade."

"O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é."

"Ah! Meu caro, para quem está só, sem Deus e sem senhor, o peso dos dias é terrível..."

"Mesmo no banco dos réus, é sempre interessante ouvir falar de si mesmo."

"A grandeza consiste em tentar ser grande. Não há outro meio."

"Outono é outra primavera, cada folha uma flor."

terça-feira, 18 de junho de 2013

Pensa que eu sou Burro Doutor?

Pensa que eu sou Burro Doutor?



 
     A consulta estava marcada para as duas horas, Carlos chegou com meia hora de antecedencia, consultório lotado, isso só acontece com médico bom, pensou Carlos, deve ser um “deus” uma sumidade da medicina, para ter tanta gente nesse consultório(todo mundo já estava lá quando ele chegou) e demorar tanto assim a presentear os seus súditos com a sua ilustre  presença.
     “Gente! Por que esse filha da puta não chega?” - pensou Carlos ,”quem ele pensa que é? O Papa?”Pois já passava das quatro, seis pessoas se amontoavam em uma salinha de espera do tamanho de um ovo.
        Carlos Eduardo Lacerda, diabético, revascularizado, hipertenso, todo lascado, porém sem nunca ter fumado, nem bebido, nem trepado com uma prostituta, ilustre algoz, gente de caráter, tremendo vendedor de carros usados, torcedor do Fluminense, estava ali esperando o médico, em pé, passando uma das maiores humilhações de sua vida.
        Diante do seus dois maiores infortúnios: o pé doendo e o mijo escorendo, ele lutava no seu sacrossanto dia no qual um médico com o nome infeliz de Dr. Barata ia enfiar o dedo no meio do seu c....
         Não pense o leitor que Carlos era um covarde, negativo, ele enfrentava bem, não ia correr, era macho, como seu pai, tinha orgulho de suas origens nas Minas Gerais.
        Teve uma escola memorável, foi educado no colégio Pio XII, não faria alarde, manteria a compostura, aguentaria o sacrifício, pois, diante de Deus e dos Homens, ele tinha fé na chegada do médico(ainda hoje) e que o tamanho dedo dele fosse pequeno e que fosse gentil em suas condutas médicas, assim tudo acabaria bem, sem sangramentos.
        Na espera interminável e com todas aquelas pessoas na frente, pois havia chegado depois do grupo(de pacientes), uma turma heterogenia, estava de pé(não havia lugares para sentar, todos ocupados), ele estava preocupado com a demora, mas pensou “quem sabe os últimos serão os primeiros”?
        Carlos, observador atento, escorreu seu olhar de um lado para o outro esquerda-direita, direita-esquerda, como na revolução francesa, à esquerda de Carlos, o que seria a esquerda da porta de saida de onde Carlos via toda a sala, logo a entrada a recepção e a recepcionista, uma bancada minima e uma cadeira giratória, a esquerda um banco pequeno duas pessoas: o primeiro magro, de rosto fino e aspecto tuberculoso, testa lisa e ele parecia meio curvado para frente, o segundo, sentado ao lado do primeiro, atlético, como um esportista (certamente gosta de rock, vestia, despreucupadamente, uma camisa com caveira), à direita, três pessoas, em um banco maior, mais apropriado as aspirações da direita exigente deste país, sentados um do lado do outro, dando uma pequena folga, pois os de direita não se tocam, não gostam de intimidade, em ordem: o senhor de barba, aparada e bem feita, aquele era um homem distinto, usava sapatos caros e parecia um alto funcionário da justiça, ao seu lado , um segundo, era um homem simpático de chapéu, simulava um artista mambembe ,finalmente, desafiando as leis da física quântica, dos bons costumes e da lógica matemática, uma senhora, um tanto misteriosa, por sua postura, além disso, em consultório errado, pois o atrasado Dr. Barata era conhecido andrologista.

        Carlos, ali de pé ficou com olho grudado nela ,senhora mais que suspeita.
        -Quem sabe o médico morreu, não é, vai ver que ali fora é o velório dele? - pensou alto, palavras escapuliram entre seus dentes, a atendente olhou por cima dos óculos, Carlos sorriu, depois de ouvir :”minha nossa”, “credo”, “que é isso', “um doutor tão bom”.
        A maioria das pessoas em uma sala de espera não conversa isso era certo, porém aquele povo, em silencio lendo um livro, como se estivesse no paraíso !Não falou mais nada (cambada de abutres) e se colocou no centro, nem de esquerda nem de direita.
        Cinco horas da tarde, a recepcionista estava calma, mascava chicletes, tinha olhos amendoados e lábios cheios, talvez um caso amoroso do médico, se ele não tem compromisso com horário, quem poderia dizer que não têm problemas no casamento?
        -Senhora – disse Carlos – quando o medico vai chegar, minha consulta está marcada para as duas horas, já são quatro e meia, será que ele vem?
        -O Doutor Barata é um cirurgião, deve estar em uma urgência, não se preocupe o senhor será o primeiro.
        “Pelo menos isso, serei o primeiro!” Pensou Carlos, no entanto não entendeu a vantagem, mas vantagem não se entende, vantagem se aceita, a situação dele era a mais miserável naquele momento, vitima de uma incontinência urinaria nervosa, tinha que usar fraldas para sair e não podia ficar muito tempo em pé, desde a sua chegada há três horas, não tinha nem lugar para sentar, foi até o bebedouro, tomou o seu quinto copo de água, e depois tomou o sexto cafezinho.
        Olhou em volta.
       “Que povinho desclassificado, como eles aguentam uma afronta dessas? E essa mulher o que está fazendo aqui?” Carlos olhou para o relógio novamente, era a quinta vez que olhava naquele minuto.
        Deu cinco horas, ele estava abeira de explodir, ia falar um palavrão, dá uma pancada no barbudo.
        Por que queria enfiar a pancada no de Barba ? Poderia pensar um leitor da paz.
         Simples: um ser humano não pode ser tão calmo assim, a revolta do mundo estava morrendo, o sagrado direito da indignação, todo mundo aceitava tudo, naquele exato momento tinha vontade de gritar palavra de ordens tipo:"fora o puto do Dr. Barata", "abaixem a passagem de onibus', "diretas já", era a vontade de Carlos, que poderia cometer uma besteira, pois havia molhado os fundilhos de urina, havia uma rodela de urina no seu paletó na bunda, sua fralda ultra protetora falhou, após resistir heroicas cinco horas do miserável atraso do  Dr. Barata.

        -Senhor a sua calça está molhada – disse a mulher.
       -Obrigado, sentei no molhado – disse Carlos sem graça.
        A mulher pegou em uma sacola  achou alguma coisa lá, Carlos deu um grito quando encostou a mão na coisa.
        -Uma fralda!
       -Conheço incontinência urinária quando vejo uma, tive treze filhos– disse a senhora – é uma merda ficar fedendo a mijo, por isso trago a minha fralda, em todo evento que vai demorar.
        Carlos aceitou e foi se trocar. Quando voltou, suas coisas particulares(seu pinto e saco) estavam apertadas, seu pinto estava tão apertado que parecia que ia explodir, a vovó era pequena(magricela), deu para Carlos uma fralda menor(p), então Carlos teve que, de forma heroica. colocar uma fralda dois números menor(g).Revoltado foi até a recepcionista.
        -Querida – disse Carlos se aproximando da recepção e fugindo do olhar da velha - minha filha, liga para esse Dr. Barata, estou ficando nervoso, isso piora a minha condição(apontou com dois dedos para a direção da fralda), nem tem cadeira para sentar aqui. - disse Carlos.
        Pâmela, era o que estava escrito no crachá, deu um sorriso e levantou foi lá dentro e voltou empurrando uma cadeira de rodinha sem braço, de dentro do consultório do Dr. Barata, um horror, rasgo no forro, assento puído e com fedor de merda, uma coisa que deveria estar no lixo.
        “Mais que Filha da puta”, pensou Carlos, “eu há quatro horas em pé, a desgraçada vendo o meu sofrimento e nada”. Carlos sentou na cadeira sem braço, manca e com encosto quebrado, que delicia(rodando pra lá, pra cã, ela rangia, tentando pertubar os outros),  essa cadeira deve ter sido usada em uma seção de tortura corporal, pensou. Agora poderia ficar sentado naquela cadeira(rodando e rangendo, rengue-rengue perturbador) para sempre, esperando o filho da puta do Barata, encehendo o saco dos outros,pacatos, educados e integros pacientes.
        Foi quando o Dr. Barata passou (Carlos falou “graças a Deus ”) engomadinho, todo de branco, impecável, bigode preto e cabelos cortados à maneira militar, óculos modernos e uma maleta, disse na passagem.
        -Senhorita Pâmela, cancele a consulta, tenho uma urgência cirúrgica.
        Carlos sentiu uma dor no coração.
       -Cancela porra nenhuma? - Carlos gritou, firme, como um bom mineiro deve fazer, o palavrão escapuliu, pois não era de falar palavrão em publico, andou até o médico, divagar porque o seu saco estava apertado e disse - escuta aqui, tem cinco horas que estou esperando.
      -Eu não lhe devo satisfações, procure outro médico se quiser, não posso atendê-lo pois alguém em condições piores me espera?  – disse Dr Barata.
      Carlos aloprou, quem poderia estar em condições piores que a dele.
     -Quem te fez um Deus? Vida e morte na sua mão e nada de responsabilidade – Carlos apontou para as pessoas que permaneciam calmas – olha essa gente todas dependente de você, fez ou não fez o juramento de Hipócrates?
        -Não, não fiz – disse o Dr Barata.
Carlos, todo mijado, pegou no braço do Dr. Barata e disse.
        -Olha para aquela senhora idosa – disse e procurando as palavras certas e continuou – olhe a sua missão escorrendo pelos dedos, pensa em Deus homem,Jesus o médico dos médicos...
        -Não senhor – disse a senhora – nós não estamos aqui pela consulta, estamos só pela cadeira e que tem uma distribuição de senhas para um programa de talentos na sala ao lado e lá não tem cadeiras suficientes, então esse consultório alugou as cadeiras a dez reais cada.
       -Show de talentos? – disse Carlos.
       -Eu assovio – disse a senhora.
       -Eu rebolo- disse o barbudo.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Nota Máxima

Nota Máxima

          por JJ DE SOUZA
Nota Máxima

       Os dias passam e me lembro daquela conversa, pode ser uma lembrança triste, melancólica, mesmo assim eu gosto da historia. É uma sensação agradável ficar sentado ali olhando a minha filha procurando ser a melhor da turma para me impressionar e eu de alguma forma gostando disso, estimulando.  Assim eu crio o vinculo com minha filha a amarra que nunca mais se solta e tudo isso me faz lembrar meu velho e querido pai naquele dezembro de 86.
        -Pai, eu não tirei nota máxima – disse minha filha no começo da tarde, quando fui busca-la na escola.
        Seus olhos estavam vermelhos e dava para perceber a tristeza envolvendo o seu semblante inocente, seu rostinho puro de princesa, nesta época, com dez anos de idade, disposta a alegria quase todos os dias, sem notar o mundo podre ao redor, vivia pisando em rosas, procurando sonhar com um mundo melhor, cheios de duendes, fadas e príncipes, um sonho que um dia já tivemos, esperanças que motivaram o nosso crescimento atual e que se perderam no dia a dia da luta pela sobrevivência e que agora é fonte onde nossa continuação banha a sua alma. Um retorno ao verdadeiro caminho que leva a felicidade( se existe esse caminho só as crianças conhecem), sinceramente, essa troca de sentimentos é uma coisa tão bela que pode arrancar lagrimas de velho cirurgião carrancudo que convive todos os dias com a morte e com a doença, que não acredita mais em nada.
        -Por que essas lágrimas filha? - perguntei, sabendo o motivo da pergunta tola, pois tem perguntas que são assim: ditas para dentro, feitas para quem pergunta.
        -Sei que ia ficar feliz se tirasse tirado uma  nota máxima – me abraçou com um pouco mais de lagrimas nos olhos.
        Olhei para os olhinhos cheios de lagrimas e sentei no meio fio.
        -Senta aqui – disse a ela batendo na calçada para que ela sentasse do meu lado, as ruas estavam lentas, os carros passavam em sua busca por posições, um ônibus escolar deixava meninas e meninos anônimos em escolas, sem pai e mãe, no entanto eu estava ali, no meu mundo com o que tinha de mais importante para mim, na hora mais sagrada de todas.
Um momento que não queria perder, no entanto jamais seguraria aquele momento para sempre, hoje sei disso.
        Ela sentou e aconchegou o corpinho minúsculo ao meu.
        Pai é proteção. Pai é tudo. Contei um historia para ela, pensando no meu pai.
        -Em 86 eu tinha a sua idade, nessa época havia uns relógios com jogos eletrônicos, sempre quis ter um, coisa bobinha, os meninos de hoje nem ligariam, carrinhos de corrida quadradinhos – disse passando a mão nos seus cabelos ternos.
        -O vovô te deu?
        Vou te contar essa historia toda – tirei do bolso da calça um relógio velho e surrado , claro que estava sem bateria, guardei aquele relógio por trinta anos e agora era o momento de mostrar a minha filha.
        -Ele te deu, você tirou nota máxima? – disse a minha filha, seus lábios lindos iguais ao da mãe, cheios e cor de framboesa, olhos puxadinhos como os meus.Minha filha representava uma conexão com  minha identidade, conexão com a alguma coisa verdadeira.
Minha mulher, parte importante de tudo aquilo, fica ausente naquele momento, por respeito ao pai, ela olhava tudo do outro lado da rua de lagrimas nos olhos.
        -Não, por incrível que parecça, não tirei nota máxima – disse, lembrando-me do meu pai, que por infelicidade estava morto, abatido por um AVC há dois anos, senti falta daquela proteção.
        -Como você ganhou o relógio? – disse minha filha segurado o relógio como se ele fosse um filhote de passarinho.
        -Naquele dia eu cheguei na minha casa com as provas, havia perdido a nota maxima em três matérias, entreguei ao meu pai que passou a mão na minha cabeça e não disse nada, apenas olhou as notas e foi dormir, no outro dia o relógio estava na minha cama, bem sedo.
        Que momento difícil? Não consegui segurar as lagrimas e chorei com saudade do meu pai,choro sufocado,sem demonstrar.Acho que meu pai,que não conviveu com a neta, teria um grande orgulho ao vê-la sair da escola.
        -Não chora pai – disse colocando a mãozinha no meu olho, uma regra, pai não chora.
        Enxuguei as lagrimas com um lenço e continuei a historia.
        -Procurei seu avô pela manhã e disse que não merecia o relógio, pois não havia tirado a nota máxima, mas que guardasse aquele troféu para o bimestre seguinte que eu ia tirar, com certeza. Meu pai sorriu e disse.
-Cadê as tuas provas do ano passado, as que você fez antes dessas?
        -Estão guardadas no quarto, por quê?
-Eu lembro muito bem delas e você melhorou o seu desempenho, estudou mais, se aplicou mais, se esforçou!Isso é o suficiente, a consciência de aprender. Escuta filho? Jamais fui um aluno igual a você, me orgulho muito de você, é assim que temos que viver: não correndo atrás da perfeição, mas superando os nossos limites.
        Ela não chorou, apenas disse.
-Papai, vovô está no céu?
        Apertei a sua bochecha, carreguei minha filha no colo até do outro lado da rua(coisa que não fazia há muito tempo) e disse.
-Ele nunca saiu de lá filha.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Indiano telefona para a família momentos antes de ser cremado

A família de Deepak Bhattacharya recebeu uma ligação assombrosa durante o funeral do indiano: o próprio Deepak telefonou para a filha indignado por saber que seria cremado em poucas horas. Ele estava próximo a sua casa, na província de Raipur, e descobriu que havia “morrido” ao ler o obituário do jornal local. O culpado por toda essa confusão foi o cunhado de Deepak. Dias antes, a polícia havia pedido aos parentes do indiano que fizessem o reconhecimento de um corpo encontrado havia pouco tempo. O cunhado, encarregado da missão, confundiu o morto com Deepak e levou o corpo para casa. Para o consolo do cunhado, a polícia confirmou que Deepak e o homem morto eram realmente muito parecidos.

Pomba é presa na Índia acusada de espionar para o Paquistão

Na fronteira entre dois países que já travaram três guerras entre si em pouco mais de 60 anos e vivem em constante tensão, ninguém escapa de vigilância – ninguém mesmo, nem os animais. Em maio de 2010, uma pomba foi presa pelas autoridades indianas em Punjab, na fronteira com o Paquistão, acusada de espionagem. A ave suspeita tinha um anel em torno de um dos pés e um número de telefone e endereço paquistanês pintados em vermelho. Ela foi levada para a delegacia e ficou proibida de receber visitas.

Mulher pega ônibus errado e é reencontrada 25 anos depois


Em 1982, a muçulmana Jaeyaena Beuraheng, que morava na Malásia, resolveu fazer uma viagem a Narathiwat, uma província de maioria muçulmana no sul da Tailândia. Mas ela não percebeu que comprou a passagem errada, e acabou tomando um ônibus que a deixou 1.200 quilômetros ao norte de Bangcoc. Ela tentou solucionar o problema juntando tudo o que lhe restava de dinheiro para comprar a passagem de volta – mas acabou se complicando ainda mais. Jaeyaena pegou, novamente, o ônibus errado e ficou 700 quilômetros mais longe. Sozinha, sem dinheiro e sem falar o idioma local, ela foi viver como mendiga. Cinco anos depois, foi capturada pela polícia e levada a um centro de desabrigados, onde ficou por 20 anos – sem nunca emitir uma palavra. O sofrimento dela só terminou em 2007, quando um grupo de jovens muçulmanos foi fazer uma visita ao abrigo e Jaeyaena encontrou alguém que entendia seu idioma.

Evangélicos contra gays

A meu ver o pensamento cristão sempre foi um pouco sen-su-a-li-za-do(parodiando um comediante da década de oitenta:”só pensa em sexo!”, claro é um pensamento pela negação, porém continua ideia fixa), mas essa paranoia contra os gays, isso já é demais!
         Sem se preocupar com a verdadeira moral (sumida das prateleiras) e ética (fora de moda) perdida em algum ponto pelo próprio cristianismo (laço luterano foi transformar todo esforço ético e moral do cristianismo em um único mandamento: fé em Jesus .Conforme essa regra, primeiro o cara mata, estupra e rouba, aos oitenta anos na cadeia ele se arrepende:"aceita Jesus", bem, um arrependimento apaga tudo, se torna pastor, pronto, salvação garantida ou seu dinheiro de volta).
      A pista escorregadia de quem, alegando motivos "bíblicos", caça como feras as suas divergências como alguns pastores ladrões, envolvido em falcatruas e privilégios, principalmente no esgoto político (é claro que a maioria é honesta, nem por isso há uma campanha contra pastores), esta forma de interpretação da fé está sendo levadas as consequências do absurdo, da imoralidade e da falta de caridade, aqui não é só respeitar os direitos individuais, mas sim uma forma de vida, o direito cidadão de ser quem realmente é, ou morrer tentando.
         Algumas cabeças mais pensantes poderiam desconfiar de Silas Malafaia e o Feliciano, os midiáticos que roubam a cena atualmente. Os profetas azedos do absurdo e do ódio, caçadores de notoriedade em seus palanques elevados, como a torre de babel, com esforço de fiéis honesto,levianamente eles deixam o apostolado caridoso para bater os pregos na cruz da homoafetividade?Assim criam polemica e aparecem na mídia, no palco, com seu cabelo arrumadinho, terno, gravata caríssimo, de avião em avião de partida para suas "palestras milionárias".
        Assim, com eleições chegando a galope, os profetas mascarados da moral que visam obter votos de gente sincera, nós sabemos que esses votos são preciosos, minas de ouro, quem sabe?
         Com todo o conto de fadas, o fabuloso gênese é a mistura da filosofia cristã com a hebraica, a meu ver completamente distinto,filosofias religiosas em  alguns pontos contrárias.
 As fábulas religiosas, sufocadas em seu tédio(não há nada para fazer?) transforma o tédio em raiva e atacam formas de pensar divergentes, assim fazendo o contrário  do cristianismo primitivo que era aceitar essas mesmas divergências, naquele momento histórico, inclusive o próprio cristianismo era uma divergência.



         Somente quem sofre preconceito sabe o que é,gente como: gordo, gay, negro, nordestino sofrem com a prática satânica da exclusão social, então em um mundo de aparências, não no sentido psicanalítico, porém no sentido da falsidade moral, respeitar a homoafetividade é digna de um bom cristão, minha certeza é que Cristo não se importaria com a opção sexual do seu seguidor, pois de alguma forma o onipresente Deus, que tudo sabe e tudo vê é responsável por esse tipo de afeto, pois segundo consta em gêneses antes da criação nada havia.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Falling Skies


Seis meses depois de uma impressionante invasão alienígena que destruiu cerca de 90 por cento do planeta, em Boston, estado de Massachusetts, um dos poucos grupos de sobreviventes tenta formar uma resistência contra o inimigo e deter seu avanço. 2nd Mass é o nome dessa célula formada por pessoas comuns determinadas a se tornarem heróis, lutando para protegerem os civis e recuperarem a paz.

Tom Mason é professor universitário de História e membro fundamental do grupo. Graças aos seus conhecimentos, busca gerar estratégias e acabar com os aliens. Mesmo assim, seu maior objetivo ainda é cuidar dos seus três filhos: Hal, Ben e Matt. Infelizmente, um deles foi sequestrado pelos aliens, obrigando Mason a se desviar dos seus objetivos em diversas oportunidades, interferindo nos planos de quem na verdade está no comando, o capitão Weaver.

Apesar da confusão em que estão mergulhados ao ignorarem as razões do ataque, os membros da 2nd Mass, guiados pela experiência militar de Weaver, trabalham para expulsarem os invasores e resgatarem as milhares de crianças que foram escravizadas, na esperança de que num futuro não muito distante a humanidade volte a ser como era antes. Os ajudantes dessa difícil missão contra os Mechs e os Skitters são a médica pediatra Anne Glass, a jovem estudante de medicina Lourdes, o rebelde John Pope, Margaret e os três filhos de Tom.

LEGENDAS AQUI

http://legendasfree.com/legenda-pt-br-defiance-s01e08-1x08-i-just-wasnt-made-for-these-times/#.UbgGbvm-n4Q

QUEM SABE INGLÊS E CURTE TORRENT

http://eztv.it/search/

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Texto rejeitado


Texto rejeitado
            
Nada ha tão pueril como um grupo de escritores de poesias resumidas, mandei um texto cômico para um editora e foi rejeitado.
         -Tem muito palavrão – disse no Email a senhora.
         -Tudo bem, só por isso.? – perguntei – agora tem que censurar os palavrões?
         -Sim se quiser publicar aqui.
         -O palavrão faz parte da língua, quer dizer que fingimos que não existe palavrão?falamos palavrão, mas não escrevemos?Isso não é mais uma das grandes mentiras que envolve a vida moderna, textos fortes assim com palavrão, parece pra valer, eu acho dá uma característica de realidade, você não?
         -Sim senhor, porém aqui publicamos fantasia e descente. – respondeu pelo bate papo.
         -O texto é ruim?
         -Mais ou menos, a heroína podia ser menos má, menos pervertida – escreveu.
          -Porra - pedi desculpa - escrevi sem querer a merda do palavrão, é que ela é maneira assim desse jeito, sabe doidona, como a maioria das meninas, vida real novamente - disse.
          -Não acredito que as meninas sejam assim, minha filha não é, ela é romântica, pois bem aqui, para nós da editora, pareceu uma depravada, não está na nossa linha, péssima influencia - escreveu depravada em negrito.
          -Mulheres assim existem na vida, tenho certeza que já encontrou uma igual?
          -Sim, infelizmente, porem aqui escrevemos fantasia, com palavras bonitas,enredo moral - escreveu.
         -Tá, se ela tropeçar e enfiar o dedo em um prego, o que ela  fala ? – escrevi.
         -Ops.
         -Ops?
         -É,Ops!
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         Assim tive meu texto censurado, pelos olhos críticos de pueris e gentis leitores e a liga antipalavrões, se é que essa palavra existe.