Segundo um economista americano um dia o consumo vai
acabar, as pessoas vão ter medo de comprar, o que deve demorar um pouco, atualmente são loucas, desvariavas pela orgia da compra.
A bola
da vez agora é o Tablet, aparelho portátil que serve ao ser humano como serviu
no passado a TV, o computador.
Esse objeto do desejo sumiu do mercado, se entrar em uma loja de informática no shopping,
mesmo existindo uma variedade muito boa de aparelhos o vendedor vai lhe empurrar
o tope de linha.
Contaminado
por esse vírus, sem nenhuma necessidade imediata de ter um tablet, passei a pesquisar
na loja da capital os preços, objetivo presentear a mim mesmo.
Entrei
em duas lojas e encasquetei com a câmera, depois com o tamanho e finalmente com
o preço, reduzi a verba a mil reais, o que tornou quase impossível comprar o
elemento, um dos vendedores disse debochando.
-O Senhor
não quer um Tablet de dez polegadas, se só tem esse dinheiro, dá mal para
comprar esse aqui de sete polegadas, muito bom – disse colocando na minha mão
um aparelho que tinha o tamanho entre um telefone e uma televisão de carro.
-O que
ele faz? - perguntei tentando ser cientifico, demostrando um certo saber cibernético.
-Quase
nada – disse vendedor trazendo o que deveria ser a Ferrari dos tabletes e
colocando do lado para humilhar o pobre que estava na minha mão - na verdade esse é uma porcaria, bom mesmo é esse aqui - mostrou o grande e brilhante tablet em sua mão, agradeci a atenção disse que tinha limites de orçamento e sai de mansinho, deixando atrás de mim o lastro de pobreza e lamentação.
Fui à outra
loja, uma dessas de departamento, o vendedor estava jogando paciência na tela
do laptop, nunca me senti tão invisível devia ser aquela roupa, sei lá ou me cabelo, ou se eu estava acima do peso, o cara não deu a minima, sendo assim quebrei o silencio.
-Aqui
tem tablet – ele me olhou com cara de “cretino, em todo lugar tem”.
-Sim,
ali na vitrine. - disse apontando com precisão cirúrgica a vitrine , sem olhar, parecia um ninja.
Olhei e
notei que havia um dentro das minhas posses, fiquei radiante, havia encontrado a pedra filosofal, pedi para que tirasse do local para
testar.
-Não
pode. – disse sem levantar da cadeira.
-Como
assim? Não entendi.
-Só tem
esse e o carregador está quebrado, se quiser levar tem que ser de uma vez, não tem como testar – disse e olhando para a tela, continuando o seu joquinho, me deu nos nervos.
-Se eu
comprar quantos dias para trocar na loja.
-Esse não pode trocar, é compra kamikase, preço dele normalmente é o dobro. - agora falava sério e me olhava nos olhos
-Posso
pelo menos pegar e manusear? – disse ele me olhou a contra gosto.
-Não,
esses aparelhos são para ser visto na vitrine, ordem da gerência.
-Chama o
gerente.
-Sou eu –
disse me olhando com olhos de antipatia.
Sai da
loja, doido para comprar, porém o vendedor me ajudou a não comprar, não
reclamo, não precisava do tablet.
Assim
fiquei livre do consumo do Tablet, deveríamos achar mais vendedores assim para
conter nossos ímpetos.

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