terça-feira, 11 de junho de 2013

Texto rejeitado


Texto rejeitado
            
Nada ha tão pueril como um grupo de escritores de poesias resumidas, mandei um texto cômico para um editora e foi rejeitado.
         -Tem muito palavrão – disse no Email a senhora.
         -Tudo bem, só por isso.? – perguntei – agora tem que censurar os palavrões?
         -Sim se quiser publicar aqui.
         -O palavrão faz parte da língua, quer dizer que fingimos que não existe palavrão?falamos palavrão, mas não escrevemos?Isso não é mais uma das grandes mentiras que envolve a vida moderna, textos fortes assim com palavrão, parece pra valer, eu acho dá uma característica de realidade, você não?
         -Sim senhor, porém aqui publicamos fantasia e descente. – respondeu pelo bate papo.
         -O texto é ruim?
         -Mais ou menos, a heroína podia ser menos má, menos pervertida – escreveu.
          -Porra - pedi desculpa - escrevi sem querer a merda do palavrão, é que ela é maneira assim desse jeito, sabe doidona, como a maioria das meninas, vida real novamente - disse.
          -Não acredito que as meninas sejam assim, minha filha não é, ela é romântica, pois bem aqui, para nós da editora, pareceu uma depravada, não está na nossa linha, péssima influencia - escreveu depravada em negrito.
          -Mulheres assim existem na vida, tenho certeza que já encontrou uma igual?
          -Sim, infelizmente, porem aqui escrevemos fantasia, com palavras bonitas,enredo moral - escreveu.
         -Tá, se ela tropeçar e enfiar o dedo em um prego, o que ela  fala ? – escrevi.
         -Ops.
         -Ops?
         -É,Ops!
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         Assim tive meu texto censurado, pelos olhos críticos de pueris e gentis leitores e a liga antipalavrões, se é que essa palavra existe.

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