A ESQUINA DE TODOS OS PRAZERES
Fico parado ali, bem na frente dela,
deitada na cama como uma fruta inanimada a murchar diante do sol, do vento e da
chuva, fico sim nuca serei inerte, somos ligados e assim será para sempre, pois
ela representa para mim a miséria onde se encontra a minha vida, ao mesmo tempo
um sol que queima a minha pele, um sentido para a vida, sua presença me
transforma de homem cego de cores, de alegria, do amor na infância a uma pessoa
que cuida de algo precioso.
Quando chego do trabalho é ela que eu procuro,
dispenso a enfermeira e sento ao seu lado pego a sua mão e acaricio o seu rosto,
ela me olha, tenta falar, faz o esforço vocal, seus lábios se juntam e vão além
das palavras, sei que está feliz com a minha chegada e isso para mim basta.
Alguns
minutos atrás eu estava na esquina dos prazeres, praça sete, onde tudo ocorre,
bem no centro dessa cidade, um lugar violento a noite, cheio de playboy de
classe média buscando droga e prostituição.
Nem preciso falar, lá sou outra
pessoa, mudar assim me faz bem, é só assim que sei viver, violento, armado,
tenso, vivo no limite, vendendo drogas e comandando a prostituição, ali é olho
do furacão do crime, onde todos gatos arranham e tudo que é vermelho é sangue,
parte suja de uma sociedade podre, destrutiva e falsa.
E agora estou aqui com ela e
assim fico muito bem, sou o cordeiro, o bom irmão, o que cuida que ama, assim
posso conviver com os dois monstros dentro de mim, cães que brigam, lobos,
hienas, massacram o meu espírito na frente de um espelho não reconheço quem
sou, nunca conseguirei, somente ela consegue, com sua mão fina, então vivo enquanto
ela viver.
Nasci
em São Paulo e vim garotinho desaguar em Vitoria, essa ilha fantástica que tem
sol na metade do ano, minha família, parte retirante nordestina, parte de
minas, queria uma chance na capital capixaba.
Quando ela nasceu, eu não passava
de um moleque solitário, onze de julho de oitenta e seis eu tinha cinco anos e
era filho único, filho único de minha mãe e meu “pai” era o padrasto, pois meu
verdadeiro pai nunca soube quem foi.
Por muitos anos essa verdade
ficou escondida de mim, Senhor Esteves tratava-me como filho e na minha
certidão estava o seu nome, só não tinha a sua aparência nem os seus genes, o
que isso importa?Disse anos depois a minha mãe, nada para ela, eu é que vivi
uma grande mentira na infância, ninguém se recupera disso, nunca.
Lembranças
dessa época, quase não tenho, lembram-me da minha mãe de vestido de bolinhas
com cabelos soltos arrumando a loja de roupas e meu pai na fabrica de cadeiras,
parecia um homem cheio de empáfia, mandão e de poucas palavras, nenhum sorriso,
uma espécie de todo poderoso que dava ordens aos funcionários e passava a mão
na minha cabeça, como quem passa em um animal de estimação de passagem, um
carinho onipresente, de quem suporta a contingência, nada mais, nada menos foi
assim toda a infância.
Sozinho
exilado do convívio social, como meus pais trabalhando o tempo todo, seu
comprometimento normal com o
capitalismo, ou se usar uma das palavras mais charmosa do tempo atual: empreendedorismo,
sozinho, sentava na beira da calçada em frente à loja e ficava brincando na
porta, sem amigos, a vizinhança não tinha crianças, bairro comercial, uma
avenida perigosa, então tinha que inventar os amigos imaginários, comecei a
brincar com os nomes deles, colocava nomes de grades criminosos que achava nos
jornais jogados no chão: Edson Izidoro Guimarães, o enfermeiro da morte, havia
o deputado motosserra Hildebrando Pascoal Nogueira Neto, Celso Schmitt ou Celso
Gaúcho, Denny Oliveira, nome artístico de Denisson Oliveira Lima, assim por
diante, cada amigo imaginário havia cometido mais de um crime, seu recorte de
jornal era colocado em um caderno e guardado no porão, esse caderno deve estar
por ai em algum lugar.
-Alaíde,
leva esse menino num padre, pede para benzer a cabeça, eu acho que ele fala com
espíritos, já viu que o que ele procura nesses jornais? – disse minha avó
materna. Com suas crenças espíritas e seus rosários, passava mais tempo rezando
do que falava com as pessoas, gente assim parece atrair tragédia para si,
quando mais reza mais assombração aparece, não é assim o ditado?É... Minha avó,
que rezava sem parar, morreu logo depois de câncer de mama.
Em
março de oitenta e cinco, nesse ano minha mãe anunciou que teria um segundo
filho e que seria uma menina, Deus havia mandado um anjo anunciador e será que
era uma “messias”(essa palavra é masculina, em toda historia, ninguém pesou que
Deus quisesse uma filha?)seria uma salvadora dessa vez, porque ninguém falava
em outra coisa?
Já tinha um nome, Manuela.
Minha
mãe detestava o próprio nome, o sem graça: Alaíde Barbosa. Quem entende aversão
que algumas pessoas têm ao próprio nome, como diria um psicanalista, o nome
carrega tudo. Alegre, com um sorriso no rosto que nunca mais recuperou, aqueles
foram dias de sorrisos únicos, acho que é por isso que as pessoas tiram fotos,
há sorrisos que nunca se repetem.
Minha mãe disse que se tivesse
uma filha seria Manuela, pois era desse nome que gostava.
Convivi com o nome, a força desse
nome: Manuela,acho que foi um lugar comum na vida da minha mãe, ela nem
escolhia o nome se fosse homem, deixava para o velho Esteves escolher, será que
isso tem haver com o que o pai ou a mãe esperam de cada um de nós, quando
escolhem o peso do nome que carregamos para o resto de nossas vidas?
Tudo ao redor da minha mãe tinha
o nome Manuela, mesmo antes se sua possibilidade remota de conceber uma filha,
aqui eu explico porque da palavra remota, minha mãe foi vitima uma doença
ginecológica transmitida pelo marido anterior, meu pai biológico, sinéquia uterina, doença que une o útero com
uma espécie de cola, uma doença que
dificultou a segunda gravidez, muitos ginecologistas havia sentencia a
esterilidade e a um filho, homem, único, neste caso eu, filho do cachaceiro que
a desonrou, que roubou tudo dela.
A sua ligação com o nome era
tanta que a sua butique chamava-se: “Manuela roupas”, ela mesma pedia que as
pessoas a chamassem assim, por esse nome, muitos o faziam a pedido dela, outros
por confusão.
-Por favor, não me chama de
Alaíde, me chama de Manuela –sempre que era chamada pelo seu nome de batismo
minha mãe dizia a suas freguesas que inapropriadamente sabiam o seu nome
verdadeiro, sendo assim, com aquela confusão de nomes eu ficava perturbado, até
por isso fui ao dicionário saber o significado do nome Manuela:
“É a variante feminina do nome Manuel, ou até
Manoel, que por sua vez é uma adaptação do original em Hebraico Immanuel, em
português, Emanuel, significando "Deus conosco". É a versão feminina
de um dos nomes atribuídos e Jesus Cristo. Nome comum no espanhol e no
português, sendo bastante utilizado em Portugal e na Espanha.
O nome Manuela transmite a ideia de singeleza,
beleza e simplicidade. Pessoas com esse nome são muito dedicadas no trabalho e
perfeccionistas. O nome transmite a ideia de que é alguém que vive em paz com
todo o mundo, e é apaixonada.
No Brasil também ocorrem, embora mais
raramente, as formas Manoela e Manuella. "Nela", ou
"Nelinha" são apelidos comuns das pessoas com este nome”.
Como pode? Isso é pedante,
irracional, ninguém pode ser assim tão bom só por causa do nome, o significado
de um nome não tem significado nenhum até que o dono do nome lhe confira
sentido, assim eu pensava, até conviver com Manuela e mudar inteiramente de
ideia.
Quando
Manuela nasceu eu também estava no hospital em algum lugar, tinha que conter
sozinho a minha ansiedade, não sabia definir o que era um nascimento, fiquei
ali sem um parente,
Fique em um lugar que parecia um sala com brinquedos, tinha um jacaré
sem dentes e uma bola, ninguém queria cuidar de mim, tinha mais duas criança,
uma de dois anos e outra de meses, uma senhora de cabelos negros, mão calejadas
e cor morena cuidava das criança, dava atenção ao pequeno que se arrastava no
piso de plástico.
Fui depositado lá (no famigerado
lugar de lazer para crianças) pelo tio Lico, no começo até gostei, pois o lugar
parecia esses modernos ambientes de
shopping que as mães querem fazer compras e estão com os maridos e largam as
crianças para “se divertir”.
Todos só queriam saber da menininha que estava
para chegar.
Senhor
Esteves, meu pai, parecia que tinha ganhado na loteria.
-Porra, uma filha! - dizia ao meu tio.
Ele me empurrava toda vez que eu
aparecia perto dele na sala de recepção do hospital, o que eu queria era só um
pouco de atenção, ele me dava uma moeda e mandava para maquina de refrigerante,
e umas duas cédulas maiores para voltar ao lugar de brincar, não me queria por
perto, ninguém me queria por perto, nessa época eu deixei de existir.
O
Brasil é a pátria onde as meninas são bem recebidas, muitos casais sonham como
uma filha mulher nesse país, na china, um homem para se casar paga até dezenove
mil dólares a uma mulher pelo casamento, lá eles propõem o aborto seletivo,
assim eliminam os deficientes e as mulheres que nascem.
Não quero me arrastar nesse
assunto, cambada de chinês filhos da puta, deve até ter chinês legal, porém na
hora de ser radical é pra ser,afinal os
gringos vêm aqui e dizem o que bem entendem do
Brasil é uma bagunça, fazem filmes de qualidade duvidosa, “a gente pode
explodir o pais todo e no final, leve o seu macaco”foi o que um ator famoso
disse e um Brasileiro não pode falar do formato tosco que os chinês controlam a
sua população?
Feministas que defendem o aborto deveriam
pensar nisso, aborto como uma forma a
mais de repressão, não de expressão feminina, mas da vontade governa mental.
Razão que a razão desconhece?Isso
é baba cuspida da hipocrisia de uma boca
que quer fazer valer a sua vontade, vontade individual, “ser humano, quer fazer
o que lhe dá na telha”.
A ação do aborto representa única
exclusiva da vontade de um ser humano que quer fazer o que é melhor para ele e
somente ele importa nessa decisão, há outras situações em que isso acontece:
uso de drogas, alcoolismo, assassinato, subida na escala empresarial.
O individuo não quer seguir
regras, tomar precações, diminuir a promiscuidade, quer abater o seu erro
depois de cometido com um faca, na china o aborto é seletivo institucionalizado,
socialmente instituído, lá não é uma ação feminista é uma forma de diferenciar
a mulher que ainda vai nascer do homem, condenando a menina a não nascer,
criando um mundo só de homens.
O medico andou vagarosamente pelo
corredor, todos estavam de pé, estava na hora da noticia esperada.
-Senhor
Esteves? – perguntou o médico, eu estava parado na porta, brincava com um canudinho
de refrigerante.
-Sim
– disse o meu pai, ele tinha acabado de ascender um cigarro, parece impressionante,
hoje seguimos regras inexistentes em nos anos oitenta, naquela época podia
fumar na sala de espera de um hospital, restringir essa liberdade é pensar no
bem comum.
-Tivemos
uma complicação com o parto normal, acabamos por fazer uma cesariana, sua
esposa está bem, a criança também, parabéns, pois é uma menina, quem deu o
palpite acertou...
-Graças
a Deus – disse meu pai abraçando o tio Lico.
O
medico ficou serio, olhei para ele enquanto mexia no canudinho com a boca,
havia um trisco de suor na sua testa e seus olhos procuravam alguém mais sóbrio
de forma suplicante, mas ali por enquanto estavam meu pai, tio e eu, nenhum dos
três estava sóbrio, integro, para receber a noticia que ele tinha que dar.
-Algum
Problema? – perguntou meu pai.
-O
cordão umbilical estava tencionado no pescoço, ela sofreu privação de oxigênio,
terá limitação – disse o médico.
-Há
alguma possibilidade de retardamento? – perguntou meu pai aflito, aqui faço uma
resalva, no intimo, no fundo negro de cada ser humano existe um medo tremendo,
algo tenebroso, assustador, então devemos acreditar que para algumas pessoas há coisas piores que a morte.
O meu pai era um ser pragmático, sem ilusões,
sem religião, um niilista disposto a tudo para enriquecer e ser feliz, boa
pessoa e até onde me lembro, bom pai, pois tratava-me bem e eu nem sequer era o seu filho biológico, no
entanto uma filha com limitações intelectuais, naquele momento meu pai preferia
ser um chinês e, acho que inconscientemente, queria descartar a menina que
nascia aleijada.
O
medico olhou em volta de forma grave, levou a mão ao bigode, certamente aquele
seria um tique nervoso que o desconforto e a incerteza o obrigava a repetir
várias vezes, falou com a voz grave, pausada de um técnico, porém sem emoção,
como deve fazer as pessoas que primam pelo profissionalismo.
-Receio
que sim, porém a preponderância é de uma limitação muscular, porém temo que um
retardamento mental seja concomitante, certo que não conseguirá falar, porém
sua inteligência chegará bem perto do aceitável – disse o medico, assim devem
ser os bons médicos, diretos, o termo
usado foi “aceitável” é retórica brutal,
uma condenação a demência, a fraldas por toda a vida, a gagueira, nada de casamentos, netos e todo
esse sonho de pai.
O termo aceitável era sem
fronteiras, não se aplicava a todos os extremos de um ser que teve paralisia
cerebral por hipóxia, as vezes até por uma cagada médica.
Agora meu pai já sabia, o termo
“aceitável” significava que Manuela teria uma necessidade extrema de cuidados,poderia ter
uma vida “normal” e até que muitos deles
eram incluídos na sociedade, somente de forma “aceitável”.
O termo “aceitável” me assombrou
por todo o resto da infância e adolescência.
Por longos segundos reparei muito
bem nele, o estereótipo do médico, é certo que era um dos bem sucedidos na
profissão, no jaleco estava escrito Dr. Vieira, ginecologista obstetra, não
esqueci nunca mais a figura daquele homem, tinha uma careca lustrosa, que
lembrava Kojak, nome dado a uma série de TV produzida e exibida nos EUA pela
rede de TV CBS, entre 23 de outubro de 1973 e março de 1978, assumindo o
horário da série de outro detetive, Cannon (1971-1976), que passou a ser
exibida uma hora antes. , detetive dos anos setenta.
A aparência do médico em
contraste com Kojak havia o bigode bem preto e usava óculos de aros de metal,
leves, quase imperceptível, tinha a figura de um professor universitário e a
nobreza de um neurocirurgião, suas mãos longas e o braço delimitado pela manga
do jaleco perderam o meu olhar até o ultimo minuto, quando disse : “sinto
muito”,depois dessas palavras deu as
costa e saiu.
Se
eu penso nesses momentos hoje, nem sei? No preto e no branco, aquele momento
foi uma tragédia para os meus pais, uma espécie de óbito intelectual, funeral
sem flores de uma filha viva, naquele exato momento eles desistiram dela, é
assim que penso.
Conceber uma filha como alguém
que nasce sem a capacidade de ser uma pessoa foi insuportável para eles, então
meus pais mudaram da água para o vinho, ou melhor, do vinho para água barrenta
e podre, em uma mudança tão cruel que só consegui desprezar, desligados do
mundo, por todo o futuro, parecia que não tinham filha, contrataram duas
enfermeiras uma para o dia e outra para a noite.
Só eu e meu tio fomos até o berçário, ver a
menina, era uma menina parada, de olhos vivos, que até aquele momento não via a
diferença que eles tinham falado, a não ser que todo o berçário fosse só de
crianças com paralisia cerebral, Manuela era perfeitamente igual as outras.
Parado ali em frente ao berçário
ao lado do meu tio, eu pensava que todos os bebês são iguais, dentro de uma UTI
neonatal, mais iguais ainda, havia muitos aparelhos ligados, tinha mangueiras e
fios, como um corpo tão pequeno podia ser conectado a tantas coisas, uma das
crianças do lado começou a chorar ,depois se debateu, parecia uma crise
convulsiva, ela estava bem do lado de
Manuela, depois um corre-corre de gente de branco, eu e meu tio que estávamos do outro lado do vidro, resolvemos sair para
não atrapalhar, fiquei com medo e sai para o corredor e vomitei.
Tio Lico telefonou para alguém do orelhão,
ouvi somente dizer.
-Deu
merda, a menina nasceu com problemas de cabeça... Sei lá o que aconteceu
Marilda?Os médicos falaram em falta de oxigênio na mente – ele falava com a tia
Marilda, irmã de minha mãe, não gostei da forma que falou, eu sentei no sofá,
depois do vomito e fui esquecido por todos, assim fiquei no sofá por quatro
horas completas, cheguei a dormir.
Ao
sairmos do hospital, como uma grande família feliz, tio Lico pegava a minha mão,
papai levava a cadeira de rodas de minha mãe e minha tia Matilda segurava o
pacote com a criança, agora minha mãe estava com depressão pós-parto, meu pai
voltou ao trabalho na fabrica, quando cheguei a nossa casa estava praticamente
sozinho.
Minha
mãe começou o ciclo de internação, gerenciada por um psiquiatra mau caráter que
vendia receitas, meu pai fazia tudo sozinho em casa até que ele explodiu, ele também estava tomando remédios controlados,
carbolitio, velofaxina e rivotril.
Os dias iam passando e nada
segurava a depressão de meu pai, seu nervosismo, enquanto minha mãe continuava
na cama chorando dia e noite, em uma decisão inusitada a pedido de um médico
foram passear na Europa.
O que surpreendeu a todos é que lá minha mãe melhorava e meu pai ficou quase
bom, eu achava que era a distancia de Manuela, mas o doutor psiquiatra que
acompanhava minha mãe recomendou a viagem por um tempo maior, digamos:
indeterminado?
Foi o que aconteceu.
Meus
pais, depois que fiz dezoito anos foram para Europa e me deixaram com Manuela,
cuido dela, com todo o suporte financeiro que pertence a Manuela, administrado
por um advogado, eu não via a cor do dinheiro, nem ligava tinha o meu próprio
dinheiro.
Antes de viajarem para Portugal
eles descobriam o meu problema com as drogas, meu abandono da universidade,
acho que isso apressou a partida deles para Europa, apesar de achar que minha
mãe não ligava.
Eles não aguentavam filhos tão
ruins.
Estou aqui na nossa casa sozinho com ela, vivo
do dinheiro que produzo na esquina dos prazeres, onde tudo é possível para quem
tem dinheiro, drogas, prostituição, crime, violência.
-Rooomeu – disse Manuela, essa
era a única palavra que ela sabia pronunciar, ninguém falava tão bem o meu nome
como minha irmã.

Nenhum comentário:
Postar um comentário